Ateus diante da morte
http://www.genizah.com.br/2012/07/ateus-diante-da-morte.html
Hélio Pariz
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Duas notícias interessantes sobre ateus nos últimos dias revelaram a dificuldade que pelo menos alguns deles têm de enfrentar a morte.
A primeira é que alguém que se identifica como Chantelle - e diz ter esclerose lateral amiotrófica - criou uma página no facebook para os ateus que enfrentam um estado terminal.
A página, intitulada Terminally Ill Atheists (“Ateus Terminalmente Doentes”), propõe reunir os ateus que estejam nessa situação e não se sentem à vontade para participar de outros grupos com o mesmo objetivo de socorro e conforto a pacientes desenganados, que invariavelmente estão ligados a confissões religiosas.
Não deixa de ser uma iniciativa válida que merece todo o apoio de crentes e descrentes, embora a esperança e o conforto pareçam ser valores mais afeitos a quem segue uma religião.
Coincidentemente, nesses mesmos dias o Pacific Standard publicou uma matéria sobre uma pesquisa que já repercutimos aqui no Genizah três meses atrás, em que o responsável pela investigação, Jonathan Jong, amplia um pouco as informações então colhidas.
Segundo Jong, “enquanto os crentes reforçam a sua crença, os não crentes se afastam de sua descrença” quando confrontados com a ideia da morte. Diante do inevitável, diminui sensivelmente a taxa de ateus que descrevem “Deus” e “paraíso”” como conceitos imaginários.
Ao encarar a morte, ainda segundo o pesquisador, “os crentes ficam mais prontos a julgar os conceitos religiosos como reais, enquanto os descrentes acham mais difícil julgar os conceitos religiosos como imaginários”.
Contrasta-se, portanto, uma situação real, a dos ateus que estão em estado terminal e querem encontrar conforto e acolhimento em seu final sem nenhum envolvimento religioso, e do outro lado, ateus que participam de uma simulação empírica sobre sua postura diante da morte e veem sua descrença balançar.
Seja de que lado for, que encontrem respeito e dignidade quando tiverem que enfrentar a morte.
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